Que trabalho é algo que cansa o corpo e a mente já sabemos. Basta engajarmos em uma atividade que demande esforço ou disciplina que logo sentimos as reações físicas e emocionais frente à atividade laboral: cansaço físico e mental,  dores musculares e vontade de fazer outra coisa.

Mas como pregoam os ditados populares: nada como uma boa noite de “sono dos justos” para recuperar as forças para quem “Deus ajuda porque cedo madruga”. Pois é! A sabedoria popular sabe que o cansaço natural do trabalho é logo recuperado.

Mas não é sempre assim. Há momentos em que o nosso trabalho não cansa apenas o corpo e a mente. Cansa também o nosso sentimento! Esgota-nos a paciência. Exaure-nos a alegria. Desperdiça o nosso tempo e esvai a nossa felicidade.

Credo! Porque o trabalho as vezes faz isso com a gente?

A resposta é que NÃO É O TRABALHO que faz isso com a gente. SOMOS NÓS que fazemos isso a nós mesmos. É claro que não fazemos isso conscientemente. É o nosso corpo e a nossa mente que, independente da nossa vontade pessoal, faz com que nos sintamos assim em relação ao trabalho. O motivo para isso, geralmente é o estresse (ou em inglês, stress).

Todas as vezes que enfrentamos um desafio ou algo que nos exige esforço, nosso corpo e mente reagem fazendo-nos ficar mais concentrados, mais produtivos e mais espertos. Isso acontece porque nosso corpo e mente querem que terminemos logo o trabalho para depois ir fazer outra coisa e descansar. O nome dessa reação física e mental é chamada de reação ao estresse – ou estresse.

O estresse portanto, não é aquilo que nos “estressa” ou que nos deixa “estressados” (por exemplo, um chefe chato ou uma pessoa irritante). Aquilo que nos estressa é corretamente chamado de agente estressor. O agente estressor (aquilo que nos “estressa”) é o que provoca o estresse (a tal reação física e emocional que tão bem conhecemos).

Mas o mundo do trabalho não permite parar o trabalho. Temos que fazê-lo por, por exemplo, por  jornadas extensas e exaustivas (e com aquela pessoa irritante). Não temos como dar ao corpo e à mente a possibilidade de fazer uma coisa diferente com gente diferente. E então prosseguimos trabalhando, às custas de grande esforço física e mental. Entramos em exaustão física e/ou emocional. E cansamos do nosso trabalho, das pessoas com quem trabalhamos, cansamos da empresa e tudo o que se é relacionado com ela.

O resultado disso? Se essa situação não muda, podemos ficar doentes, tristes e insatisfeitos. Há inclusive quem desenvolve depressão por conta do trabalho. Sem contar os reflexos dessa insatisfação nas outras esferas da vida: ficamos irritados e impacientes com amigos, família e até atividades que antes nos davam prazer podem perder a graça e o encanto.

A boa notícia: isso tem jeito, mas você vai ter que se esforçar. Se o trabalho faz tudo isso contigo, você vai ter que ou aprender a lidar com isso de um jeito diferente ou vai ter que trocar de emprego.

Aprendendo a lidar com o trabalho de um jeito diferente

Poucas coisas na vida são “oito ou oitenta”, “tudo ou nada”. Ou seja, mesmo trabalhos que nos impõem agentes estressores não são de todo ruins. Há certas atividades que nos traz mais prazer e satisfação em realizar. Mas a gente se esquece disso. Focamos apenas na dor daquilo tudo que não gostamos e esquecemos a alegria daquilo que gostamos e deixamos de usufruir a satisfação desse trabalho bem feito.

Mas se sua atividade é tão aversiva assim, antes de trocar de emprego, há uma outra possibilidade: mudar de atividade, setor e mudar de chefe. Mas para você conseguir mudar de atividade ou emprego provavelmente você terá que desenvolver outras habilidades que ainda não tem. Vai ter que fazer cursos, voltar a estudar e aprender uma nova atividade. E se você consegue aprender outras habilidades e trabalhos, poderá atuar na mesma empresa em outra função, departamento ou chefe, ou ainda, mudar de empresa!

O problema para muita gente é que querem mudar de serviço ou emprego mas não querem se esforçar. Não querem estudar ou desenvolver novas habilidades. E então sofrem, terrivelmente,

Por isso, se um artista trabalha atualmente como um palhaço e está infeliz com esse trabalho vai ter que se esforçar e aprender uma nova atuação. O mesmo ocorre com a gente.

Para desenvolver novas habilidades profissionais, você vai precisar seguir 5 passos:

  1. Reconhecer que você está cansado do que faz e desejar mudar de atividade ou empresa.
  2. Identificar outra atividade que possa realizar, na mesma empresa ou em outra.
  3. Identificar quais habilidades profissionais dessa atividade profissional você ainda não tem
  4. Criar um plano de ação para aprender essas novas habilidade
  5. Obter ou criar a nova oportunidade de trabalho que deseja.

O psicólogo pode tanto lhe ajudar a avaliar seu nível atual de estresse para lidar com isso de forma adequada, como pode auxiliá-lo a conduzir-se em cada um desses 5 passos.

E você? Como está seu nível de satisfação no trabalho? Gostaria de saber como posso ajudá-lo? Entre em contato comigo. Terei satisfação em poder ajudar.

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Sugestão de leitura:

SANTOS, Osmar de Almeida. Ninguém morre de trabalhar: o mito do estresse. São Paulo: Editora Textonovo, 1997